Graves erros interpretativos e distorções propositais estão na base de muitas polêmicas de momento. Destacamos duas.
Muitos cidadãos de bom senso tem caminhado na contramão de um dito que é referência de luta por justiça no mundo, do extraordinário pastor norte-americano Martin Luther King, assassinado por defender uma boa causa. Ele critica o silêncio dos bons, quando existe avanço da maldade.
Diante de um contexto de ignorância sem parâmetros na história do país, que gera atos de violência o tempo todo, algumas na forma de narrativas, dois assuntos recentes, divulgados pela mídia, são ilustrativos.
Semana passada foi notícia a invasão de uma Fazenda em Sinop, no norte do Estado. Como aconteceu no pós eleição, e qualquer assunto do universo, hoje, é associado a polarização Bolsonaro x Lula ou num contexto mais amplo Direita x Esquerda, não foram poucos os comentários, inclusive de castanheirenses, associando a ação a movimentos de esquerda. “Já começou”, disse alguém, puxando uma série de registros absurdos no Site JNMT, de Juína.
Na verdade a terra invadida em Sinop talvez nem seja terra invadida. Explicando: a questão faz parte de um litígio antigo, envolvendo um poderoso grupo do agro e uma família que possui pequena área na região, que se diz lesada na sua divisa, que teria sido invadida.
Na fala do Promotor de Justiça da Comarca de Juína, nesta segunda, a qual Castanheira está subordinada, outro erro interpretativo que não deveria existir está gerando contendas inimagináveis nas redes sociais.
Dr. Marcelo Linhares foi muito claro em dizer que os estabelecimentos que trabalham com bens essenciais, como farmácias, supermercados, postos de gasolina, distribuidoras de gás, etc., não podem fechar suas portas. A Promotoria está estabelecendo multa para os que não observarem este critério.
Essa leitura se embasa no regramento das leis, não tendo nada a ver com cerceamento de liberdade. Durante a COVID 19, todos devem se lembrar, esses estabelecimentos permaneceram abertos. E por que? Porque sempre foi assim em casos atípicos.
Não gosto de dar pitacos em espaço de ninguém, raramente o faço e quando faço o objetivo é didático. Como o caso da coletiva a imprensa do promotor foi assunto em vários sites, num deles registrei o que segue:
Com todo respeito aos discordantes, um registro. Muitos, hoje, preferem o silêncio do que acirrar ânimos, diante de uma realidade sombria. Mas, algumas intervenções pontuais se fazem necessárias. O promotor está claramente falando de ESTABELECIMENTOS QUE LIDAM COM BENS ESSENCIAS. Vamos lembrar que no tempo da COVID esses estabelecimentos permaneceram abertos. Numa democracia, existem regras. Na vida, em geral, existem regras. No ambiente religioso, existem regras. Em casos especiais, como da pandemia, existem regras. O ordenamento jurídico impõe regras. A própria democracia no mínimo indica a coerência como caminho para paz e o respeito. O direito de ir e vir, por exemplo, burlado nesses dias e em outros momentos da história, é constitucional. Quando alguém lembra desses aspectos está exercendo a cidadania e não ecoando pressupostos de alguma corporação, seja ela política, religiosa, etc. Simples assim! Que seja um tempo de militância dos pacificadores, de todas as matizes. Pelo amor de Deus!
Vivaldo S. Melo