"Ainda Estou Aqui" faz história ao vencer o Oscar de Melhor Filme Internacional
O filme brasileiro "Ainda Estou Aqui", dirigido por Walter Salles, fez história ao conquistar o Oscar de Melhor Filme Internacional, na noites deste domingo, 02, sendo a primeira vez que uma produção brasileira vence nessa categoria.
O longa, baseado na história real de Eunice Paiva, cuja luta para descobrir o paradeiro de seu marido durante a ditadura militar brasileira é retratada na obra, também recebeu indicações nas categorias de Melhor Filme e Melhor Atriz para Fernanda Torres.
A vitória no Oscar representa um marco significativo para o cinema nacional, destacando a capacidade do Brasil de produzir obras de relevância internacional. Além disso, o filme trouxe à tona discussões sobre a importância de relembrar e refletir sobre períodos autoritários da história brasileira, ressaltando a necessidade de preservar a memória e promover a justiça.
A conquista também gerou celebrações em todo o país, coincidindo com o período do Carnaval, e foi vista como um motivo de orgulho nacional. Várias manifestações lembram a importância da conquista na luta contra toda forma de autoritarismo.
Em suma, o Oscar para "Ainda Estou Aqui" não apenas eleva o status do cinema brasileiro no cenário global, mas também reforça a relevância de revisitar e aprender com o passado para construir um futuro mais consciente e democrático.
Quem foi Rubem Paiva
Rubens Beyrodt Paiva (1929–1971) foi um engenheiro civil e político brasileiro, reconhecido por sua atuação como deputado federal e por sua oposição ao regime militar instaurado em 1964. Em janeiro de 1971, Paiva foi preso por agentes da ditadura militar e, desde então, permanece desaparecido, sendo considerado um dos casos emblemáticos de violação dos direitos humanos no Brasil.
Recentemente, a história de Rubens Paiva e de sua família foi retratada no filme "Ainda Estou Aqui", dirigido por Walter Salles.
O filme "Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, resgata a história de Rubens Paiva e de sua família. Se baseia no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, filho de Rubens Paiva, que resgatou uma foto dos pais, Rubens e Eunice Paiva, em suas redes sociais após a vitória no Oscar.
Para visualizar imagens históricas de Rubens Paiva, você pode acessar a galeria "Momentos da vida de Rubens Paiva" publicada pelo jornal O Globo.
Além disso, o filme "Ainda Estou Aqui" recriou diversas fotografias da família Paiva, permitindo uma imersão na história pessoal de Rubens Paiva e seus familiares. Essas imagens podem ser conferidas no portal Gshow.
Os desaparecidos
Durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985), estima-se que cerca de 434 pessoas foram mortas ou desapareceram por motivos políticos, segundo a Comissão Nacional da Verdade (CNV), que investigou os crimes do regime.
Dessas, aproximadamente 210 pessoas são consideradas desaparecidas políticas, ou seja, seus corpos nunca foram encontrados. A maior parte desses desaparecimentos ocorreu entre os anos de 1969 e 1974, período mais repressivo da ditadura, especialmente durante o governo Médici. Muitos dos desaparecidos eram militantes de organizações de resistência ao regime.
Além dos desaparecimentos políticos, milhares de pessoas foram presas, torturadas e exiladas. A ditadura também censurou a imprensa e restringiu direitos civis.