A imprudência não está apenas na direção, mas também nas escolhas feitas fora do carro.
Uma fatalidade ocorrida na noite desta segunda-feira, 28 de julho, na MT-170, entre Juína e Castanheira, expôs mais uma vez um perigo silencioso que ronda motoristas e passageiros nas rodovias brasileiras: as paradas para necessidades fisiológicas em locais inadequados e sem segurança.
Segundo informações, o acidente aconteceu a cerca de mil metros do local conhecido como "Terraço", quando um veículo de pequeno porte parou à beira da estrada para que uma das passageiras pudesse urinar. A região, de visibilidade extremamente precária, acabou sendo palco de uma tragédia.
A mulher, identificada como Talita Maria Rodrigues de Miranda, de 32 anos, foi atingida por um caminhão e teve morte instantânea. O impacto foi tão brutal que o condutor do carro, em estado de choque, precisou levar as crianças que estavam com ele para a casa de parentes, com receio de que presenciassem a cena devastadora.
O caso lança luz sobre uma prática que, embora comum, tem gerado uma série de acidentes fatais Brasil afora. Em poucos minutos de busca, é possível encontrar dezenas de registros semelhantes: pessoas que, ao parar para urinar ou esticar as pernas, foram atingidas por veículos em alta velocidade, muitas vezes por falta de acostamento adequado, visibilidade ou sinalização.
A imprudência não está apenas na direção, mas também nas escolhas feitas fora do carro. Parar no escuro, em curvas, aclives ou locais sem acostamento é extremamente perigoso. Infelizmente, muitos motoristas subestimam os riscos ou se veem sem alternativas em longos trechos sem postos de apoio ou áreas de parada.
É preciso redobrar a atenção e planejar melhor as viagens. Antes de pegar a estrada, identifique os pontos seguros para paradas – postos de combustíveis, restaurantes e pátios sinalizados. Se a necessidade for urgente, busque estacionar o veículo o mais longe possível da pista, com pisca-alerta ligado, e evite sair do carro em áreas de tráfego intenso.
A morte de Talita não pode ser apenas mais um número nas estatísticas. Ela precisa servir de alerta, não só para motoristas, mas também para autoridades de trânsito e gestores públicos, sobre a urgência de oferecer mais pontos de apoio ao longo das rodovias e campanhas de conscientização voltadas a esse tipo de risco.
A estrada exige atenção em todos os momentos – inclusive fora do volante.