"A vida vivida na graça de Deus nunca é em vão." Somos como vasos de argila carregando um tesouro eterno (2 Coríntios 4:7)
"E foi sem deixar de si saudades" (2 Crônicas 21:20). A frase ecoa como um juízo silencioso sobre uma vida desperdiçada. O rei Jeorão governou, mas não tocou corações; reinou, mas não plantou virtudes. Sua história nos confronta: o que restará de nós quando partirmos? Será que nossas pegadas levarão outros a Cristo, ou serão apenas poeira levada pelo vento?
O teólogo Dietrich Bonhoeffer escreveu: "A vida vivida na graça de Deus nunca é em vão." Somos como vasos de argila carregando um tesouro eterno (2 Coríntios 4:7). Cada gesto de amor, cada palavra de esperança, é semente de um jardim que florescerá além do tempo. Como o perfume de Maria, que ungiu os pés de Jesus e ainda hoje é lembrado (Marcos 14:9), há atos que transcendem a morte.
A vida é breve como o orvalho (Tiago 4:14), mas a eternidade é longa. Que não se diga de nós que partimos sem deixar saudades. Que, ao invés, nossa ausência revele o vazio de quem semeou céu na terra. Afinal, como refletiu Santo Agostinho: "Nossa alma está inquieta até repousar em Ti." E só repousa de verdade quem já começou a eternidade aqui.