O desaparecimento das aves vem ocorrendo em intervalos curtos e, conforme relatam frequentadores, pode estar relacionado à ação humana
Falta de consciência ambiental e possíveis furtos estão entre as causas apontadas para o sumiço das aves do principal espaço de lazer da cidade
Quem caminha à noite pelo Parque Vale Verde, em Castanheira, já percebeu uma mudança silenciosa e preocupante às margens do lago. Onde antes se viam quatro patos deslizando sobre as águas, hoje resta apenas um. Segundo o morador Ailton Arvani, que frequenta o local há anos, o número já foi bem maior. “Antes eram nove”, recorda. “Mas, aos poucos, eles foram sumindo.”
O desaparecimento das aves vem ocorrendo em intervalos curtos e, conforme relatam frequentadores, pode estar relacionado à ação humana. Muitos apontam a falta de consciência ambiental como um dos principais fatores. Há registros de patos que morreram ao se enroscarem em linhas de pesca deixadas por pessoas que utilizam o lago de forma indevida.
Além disso, há denúncias de furtos. Segundo informações coletadas no local, um homem foi visto tentando capturar os patos — episódio que levanta suspeitas de que essa prática possa ter se repetido em outras ocasiões.
Entre os que mais se indignam com a situação estão moradores que há anos se dedicam à preservação do espaço, como membros das famílias Horn e Arvani, responsáveis pelo plantio de árvores frutíferas e medicinais e pela organização de mutirões de limpeza no entorno do lago. “A gente cuida daqui com carinho, é um espaço de todos”, diz Ailton.
Frequentadores que fazem caminhadas diárias na pista de quase 500 metros, construída pela atual administração municipal sob o comando do prefeito Jakson de Oliveira Rios Júnior, sugerem medidas de proteção mais efetivas. Muitos defendem a presença de uma guarda no local e um serviço de limpeza permanente, para evitar depredações e preservar o ambiente.
Mais do que um ponto de lazer, o Vale Verde representa um refúgio natural no coração de Castanheira, abrigando rica diversidade de espécies e servindo como espaço de convivência, saúde e educação ambiental. A preservação desse patrimônio é essencial não apenas para o equilíbrio ecológico urbano, mas também para a construção de uma consciência coletiva voltada ao respeito e ao cuidado com o meio ambiente.