De Bezerros a Touros: O castanheirense que deseja conquistar o Mundo!

Na poeira das arenas, onde coragem e determinação se misturam ao rufar dos cascos, um nome ecoa com orgulho, hoje, entre muitos castanheirenses: José Arthur Carvalho Caetano. Não é só Castanheira que moldou sua história, mas o sobrenome que carrega no peito, bordado no gibão como um símbolo de raízes e sonhos. Aos 17 anos, esse jovem — nascido em Juína, mas criado sob o céu aberto de Castanheira — está escrevendo sua própria lenda, um touro de cada vez.

"Está no sangue," diz Júlia, sua irmã, com um brilho de admiração nos olhos. E não poderia ser diferente. O pai, José Roberto, já desafiou os animais nas arenas. O irmão, Dener, também. Desde pequeno, ele transformava brincadeiras com bezerros em treinos não-oficiais, como se cada puladinha fosse um convite ao destino. "Agora, não faz cinco meses que ele está no rodeio profissional, e já está deixando marcas," orgulha-se ela.

E que marcas! Em sua estreia em Sorriso, surpreendeu a todos com 85 pontos — a segunda melhor nota na noite de estréia. Terminou entre os dez melhores, enfrentando cerca de 30 competidores experientes. Um feito e tanto para quem ainda mal começou. Mas, como ele mesmo sabe, o rodeio não é só sobre números. É sobre segurar o fôlego quando a porteira se abre e o mundo vira um turbilhão de força animal. "O mais difícil é ali, naqueles segundos em que o touro decide o ritmo e você só pode confiar no instinto," revela.

Cidades como Sinop, Tangará da Serra, Juara e, em breve, Guarantã do Norte e Japuranã do Norte, já testemunharam sua garra. Como mora em Juína, muitos esperam vê-lo por lá, pois se trata de um dos mais renomados rodeios do Estado. Quando o assunto é touros, um nome ficou marcado: Desordeiro, da Canaã Bucking Bulls. "O mais desafiador até agora," admite, com respeito. Mas desafios são só combustível para quem carrega um sonho maior: ver os rodeios de volta a Castanheira e, um dia, subir ao pódio como campeão mundial.

E por que não? Nesta mesma semana, Vitor Leme, o "Vitinho" de Ribas do Rio Pardo (MS), provou que cidades pequenas podem gerar gigantes. Tri campeão mundial, ele mostrou que o impossível é só uma questão de perspectiva — e de quantas vezes você se levanta depois da queda.

Apoiado pelos irmãos Júlia, Dener e Douglas, e pelos pais, o jovem de Castanheira sabe que a jornada é longa, mas o coração não mente. "Quando você ama o que faz, o medo vira respeito, e o sonho vira meta," reflete. E assim, com o pó dos currais grudado na alma e o horizonte cada vez mais largo, ele segue: um passo, um touro, uma conquista de cada vez. Porque o rodeio não é só um esporte. É uma dança entre homem e animal, entre medo e fé.