“Só Deus e uma chuva podem controlar o fogo”. A afirmação, do prefeito de Cáceres, a 721 quilômetros de Castanheira, Francis Mari Cruz, dimensiona os danos dos incêndios dos últimos dias nas fazendas e reservas florestais do município. Na região efetivos do Exército, Corpo de Bombeiros e brigadistas contratados não conseguem debelar os vários focos de incêndio, que somam-se aos 5 mil detectados no final de semana em Mato Grosso.
Um dos grandes problemas para a missão de enfrentamento tem sido os fortes ventos, que mudam a direção das chamas, carregando fagulhas para novos pontos, num ciclo que se repete.
Uma das cenas mais tristes do final de semana em vários pontos do Estado, inclusive Castanheira, onde diversas propriedades do Assentamento São Sebastião foram atingidas, foi o fogo consumindo, no domingo, 13, as escadarias do ponto turístico conhecido como Dolina Águas Milagrosas, em Cáceres, que fica numa região de difícil acesso, com formações de serras. “Só aeronaves para fazer o combate”, destaca Francis.
Além da alta incidência do coronavírus naquele município, que já tem mais de 2 mil casos registrados, mais de mil sob investigação e quase 90 óbitos, Cáceres amargou uma perda irreparável com os incêndios dos últimos dias. Na última quarta-feira, 09, o zootecnista Luciano da Silva Beijo, 36, morreu enquanto tentava conter as chamas numa das fazendas da região. Por essas e outras, a observação do prefeito repercute, por lá, no coração de todos.
