Aldo Zonta, representante da forte presença catarinense em Castanheira, desde seus primórdios, morre aos 70 anos, vitimado por acidente automobilístico. Deixa uma rica história de envolviment
Neste sábado, 11, Castanheira amanheceu de luto, com a noticia do falecimento daquele que poderia, se fosse pela vontade Zilda de Bona Sartor Stangherlin, ter sido o primeiro prefeito da cidade, uma vez que a candidatura do partido, que a escolheu, foi vitoriosa. Aldo João Zonta retornava de sua propriedade rural, na entrada da linha 01, região da Comunidade Santa Emília, quando o veículo que dirigia, uma caminhonete Triton Sport HPES, preta, acabou capotando, caindo num alagadiço.
No texto “A força de uma Mulher”, da Revista Innovare News, edição deste ano, Dona Zilda narra que por ocasião das primeira eleição em Castanheira, no âmbito de seu partido, à época, o MDB, ela sugeriu que Aldo fosse o indicado ao executivo. Ele, por seu turno, apontou para Zilda, dizendo que preferia concorrer a vereador. Nesta condição, foi o primeiro mais votado da história do município, com 382 votos.
“Perdemos um grande amigo, meu vizinho por mais de 20 anos, pessoa idônea, do bem, sempre envolvido com ações voltadas para os necessitados, uma grande perda para o município”, diz o prefeito Jakson de Oliveira Rios Júnior, o Juninho, referindo-se ao filho de Artêmio Zonta e Luiza Baldisarelli Zonta, mais um representante da forte presença catarinanense entre os pioneiros de Castanheira.
Segundo os anais da Câmara Municipal, que lhe concedeu o título de Cidadão Castanheirense em 28 de junho de 2010, nascido em Seara, no dia 10 de março de 1951, começou sua luta ainda muito jovem, em São Lourenço do Oeste, mesma cidade de Dona Zilda, Elizeu Rezzieri e outros pioneiros.
Desembarcou em Mato Grosso em 1980, primeiramente na capital, por vínculo com a Rezzieri Madeiras. Atraído pelas boas informações, resolveu vir para a região sede do empreendimento de Elizeu Rezzieri, Castanheira, dois anos depois, sendo um dos chefes de abertura de estradas, além do futuro município, nos destinos Brasnorte e Fontanillas. Neste lugar, até hoje distrito de Juína, teve um papel decisivo na construção do primeiro Porto para Balsas, no encontro dos Rios Papagaio e Juruena.
Homem que teve no trabalho dedicado uma de suas marcas, foi um dos responsáveis pela implantação do Canal da TV Bandeirantes na época do distrito, em 1984, criado por indicação do vereador Antônio Roberto Gadani, na Câmara de Juína. Quatro anos depois, foi eleito vereador pela 1ª legislatura, exercendo o mandato de 1989 a 1992.
Sua história, como de muitos pioneiros, sempre terá capítulos importantes na Rezzieri, onde trabalhou por vinte anos e um mês, chegando a ser gerente geral da empresa. “Homem de confiança de Seo Elizeu, num tempo em que seu empreendimento chegou a ter cerca de 1200 funcionários”, destaca o prefeito Juninho. Nesta condição, participou de ações importantes que consolidaram o pequeno núcleo populacional como destacado município da região noroeste por sua pecuária. Ao deixar a histórica madeireira, começou a criar gado de corte e teve projeção em outro segmento do agro, a criação de suínos de origem P.O, dando origem a Granja Zonta.
“Ele sempre foi muito ativo na comunidade, mesmo antes de ser vereador”, destaca a ex prefeita (em duas gestões) Dona Zilda, lembrando que estava presente em todos os eventos do “tempo dos começos”. Na Comunidade Católica fez história conduzindo os vários leilões, muito comuns nos primórdios da região. Costumava dizer que Castanheira era a cidade de seus sonhos. Em depoimento registrado em 2010 chegou a destacar: “Aqui pretendo ficar até meu descanso final”.
De uma família de 11 irmãos, três dos quais vieram para Castanheira e um para Juína, viúvo de Jandira Somenzi Zonta, falecida em 1998, deixa os filhos Diego, educador, ex Secretário de Educação, e Andressa, residente em São Paulo. E os netos Luiza, Alicia e Murilo.
